quarta-feira, 13 de julho de 2016

Subsídios leitura diária EBD - Quarta-Feira.



Foram batizados como convertidos da nova comunidade religiosa, tal como os antigos judeus requeriam que seus prosélitos fossem imersos, e segundo João Batista exigia daqueles que se arrependessem e entrassem no número de seus discípulos. O Senhor Jesus, utilizando-se do mesmo modo, em continuação ao movimento liderado por João Batista, requeria de seus seguidores que se deixassem batizar, embora deixasse que a própria imersão fosse feita pelos seus discípulos.

Considerações Sobre O Batismo
*. O batismo de convertidos (gentios que aceitassem o judaísmo) ao judaísmo se dava por imersão. O Didache (um escrito cristão do século II D.C.) mostra que outros modos de batismo eram usados desde tempos bem antigos. Provavelmente isso se deveu ao fato de que o evangelho penetrou em regiões frias, onde o batismo por imersão era prática difícil de obedecer.
*. Batismos de grande número de pessoas têm sido realizados hodiernamente, não havendo razão para pensar-se que vários milhares de pessoas não poderiam ser batizadas por imersão em um único dia. Provavelmente um grande número de anciãos da igreja batizou os candidatos simultaneamente.

«1. A imersão fora claramente praticada por João Batista, esse ato está envolvido no sentido original da palavra, e não é provável que o rito tivesse sido diminuído, em seu sentido e em seu método, logo no começo.
2. O sentido simbólico do ato do batismo requeria a imersão, a fim de que se tornasse claramente manifesto, e os trechos de Rom. 6:4 e I Ped. 3:21 parecem subentender, quase necessariamente, o modo mais completo. Às piscinas de Betesda e Siloé (ver João 5:7 e 9:7), ou a chamada fonte da Virgem, perto da torre de Antônia (ver Josefo, «Guerras dos Judeus», v.5 § 8) bem podem ter ajudado a apressar o processo». (E.H. Plumptre, in loc., cuja declaração é ainda mais significativa quando nos lembramos que esse autor foi bispo da igreja anglicana, que ordinariamente não imerge os batizandos).
Deve-se lembrar que o batismo dos prosélitos judaicos era por imersão, porquanto somente a imersão poderia tipificar a purificação total que esse rito simboliza. A continuação desse modo de batismo seria apenas natural. John Gill (in loc.), que era crente da denominação batista, expôs com amplitude como aqueles três mil convertidos poderiam ter sido facilmente batizados por imersão, tanto no que diz respeito ao tempo envolvido como no que tange à água necessária para isso em Jerusalém, em um único dia, embora não haja razão para supormos que tudo isso tinha de ser necessariamente realizado em um único dia.
«...três mil pessoas...» Literalmente traduzida a frase seria: «três mil almas». O emprego do termo grego «psuche» (alma), no sentido de uma pessoa individual, sem qualquer alusão à parte imaterial do homem, é comum na tradução grega Septuaginta, bem como no original hebraico do A.T., onde a palavra «nephesh» tem o mesmo significado que o termo aqui usado.
Aquela foi a primeira grande «pesca» de almas do pescador espiritual, Pedro, que assim cumpriu as palavras de Jesus a esse apóstolo: «Não temas: doravante serás pescador de homens» (Luc. 5:10). Esse foi também o clímax triunfante dos acontecimentos do dia de Pentecoste, porquanto todas as ocorrências do dia, incluindo 0 dom do Espírito Santo, tiveram o propósito de conduzir homens a Cristo, a fim de serem redimidos. Desse modo homens convertidos foram plenamente regenerados, transformados segundo a imagem de Cristo, ficando assim cumprido o elemento central da vontade de Deus no tocante aos homens, porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, a fim de que os pecadores fossem salvos por ele. O «alter ego» de Cristo, o Espírito Santo, veio com o mesmo propósito; e assim, de maneira poderosa, como aqui vemos, deu prosseguimento à missão iniciada pelo Cristo agora assunto aos lugares celestiais.

BATISMO_______________________________

Administrado por João (Mat. 3:5-12; João 3:23; Atos 13:24; 19:4).
Sancionado pela submissão de Cristo ao mesmo (Mat. 3:3-15; Luc. 3:21).
Adotado por Cristo (João 3:22; 4:1,2).
Determinado como ordenança da igreja cristã (Mat. 28:19,20; Mar. 16:15,16).
Para ser administrado no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mat. 28:19).
Água, seu sinal externo e visível (Atos 8:36; 10:47).
Regeneração, a graça interna e espiritual, antítipo do batismo (João 3:3,5, 6; Rom. 6:3; 4:11).
Remissão dos pecados, simbolizada pelo mesmo (Atos 2:38; 22:16).
Unidade da igreja, efetuada pelo mesmo (I Cor. 12:13; Gál. 3:27,28).
Confissão de pecados, necessária ao mesmo (Mat. 3:6).
Arrependimento, necessário ao mesmo (Atos 2:38).
Fé, necessária ao mesmo (Atos 8:37; 18:8).
Há apenas um (Efé. 4:5).

Administrado a:__________________________
Indivíduos (Atos 8:38; 9:18).
Famílias (Atos 16:15; I Cor. 1:16).
Emblema das influências do Espírito Santo (Mat. 3:11; Tito 3:5).
Tipificado (I Cor. 10:2; I Ped. 3:20,21).

Os primórdios da Vida Comunal: 2:42-47. É bem provável que tenhamos duas fontes informativas separadas entre aquela que foi preservada para nós, por detrás da narrativa sobre o dia de Pentecoste, e este registro referente à vida comunal da igreja cristã primitiva, dos discípulos em Jerusalém. Alguns comentadores consideram que a fonte informativa que descreve esse tipo de vida é ainda mais antiga que a outra, que preservou para nós a experiência do dia de Pentecoste; porém, sobre isso não possuímos conhecimento exato, e nem a questão se reveste de grande importância. Foi com a finalidade de vincular essas duas fontes informativas distintas que Lucas registrou os versículos quarenta e dois e quarenta e três, que são editoriais. Já os versículos quarenta e quatro a quarenta e sete contam-nos sobre o caráter da vida na comunidade cristã primitiva. Quatro características podem ser distinguidas, como elementos principais:
1. A doutrina dos apóstolos: Sem dúvida a maior parte dessa doutrina se alicerçava nas palavras de Jesus, preservadas principalmente pelos próprios apóstolos, com base na memória, e talvez também com base em documentos escritos extremamente primitivos, além das tradições orais fixas que se formaram desde bem cedo, na história da igreja cristã. A formação dessas tradições, desde o princípio, em forma padronizada de doutrina expressa, é indicada em trechos como Rom. 6:17 (menção de Paulo sobre a «forma de doutrina»), II Tim. 1:3 («o padrão das sãs palavras») e II Ped. 3:16 («as demais Escrituras»), com o acréscimo das contribuições paulinas, em suas epístolas, o que foi desenvolvimento posterior desse mesmo processo formativo. Esses ensinamentos padronizados dos apóstolos, baseados nas instruções do Senhor Jesus, tomaram-se o material informativo dos evangelhos primitivos.
2. Outra característica fundamental da igreja cristã primitiva era o seu companheirismo íntimo, o amor fraternal que caracterizava os primeiros crentes. Essa é a palavra favorita de Paulo, para descrever a unidade dos crentes, tanto uns como os outros com o Senhor Jesus Cristo.Ver I Cor. 1:9. 0 apóstolo João também transmite para nós essa ideia, em suas epístolas. (Ver I João 1:5-7). Tal companheirismo se alicerçava primariamente na correta relação de cada ciente com Deus, o que, por si mesmo, garantia a correta relação entre os crente. Tal comunhão florescia na forma de uma partilha comunal de bens, em que todos se utilizavam de um fundo comum. É provável que isso se tivesse tomado necessário por causa das severas perseguições contra os cristãos judeus, o que os reduziu a grande estado de penúria, exigindo que os crentes distribuíssem seus bens uns com os outros, a fim de que pudessem sobreviver. Entretanto, a vida comunal mui provavelmente se alicerçava em mais do que no companheirismo; pois os cristãos, odiados por todos os outros, naturalmente foram aproximados uns dos outros como nunca, e começaram a viver em comunidades distintas e separadas, em resultado de que dividiam entre si as suas possessões materiais. Como arranjavam o problema de moradia, não sabemos dizê-lo. Não há qualquer indicação definida que nos mostre que vivessem juntos, amontoados em pequeno espaço, como usualmente se dá nos casos modernos de vida comunal. Jesus e os seus discípulos levavam um tipo de vida comunal; e o que sucedeu entre os crentes, após o dia de Pentecoste, foi apenas a continuação desse estilo de vida dos discípulos de Cristo.
3. O partir do pão, forma primitiva da Ceia do Senhor, era um rito central que vinculava os seguidores de Cristo uns com os outros; através do qual, igualmente, jamais se embotava a sua memória quanto ao sacrifício cruento de Cristo, bem como quanto ao fato de que Cristo Jesus é o pão espiritual, do qual necessitavam agora mais do que nunca. Esse partir do pão era realizado em vários laros, no primeiro dia da semana, em comemoração ao dia da ressurreição do Senhor Jesus. Isso, naturalmente, estava vitalmente ligado à adoração dominical, tendo sido um dos grandes fatores que levou a igreja primitiva a descontinuar a freqüência às sinagogas, formando não somente uma comunidade religiosa distinta, mas também uma adoração cristã típica e um dia distintivamente cristão, a saber, o «dia do Senhor», no qual Jesus saiu vivo do sepulcro, tendo-se mostrado Senhor da morte e Rei do universo, conforme foi igualmente comprovado pela sua ascensão aos lugares celestiais, ascensão essa que, tanto neste livro de Atos como nos escritos de Paulo, sempre subentende a ressurreição. (Ver Atos 20:7 quanto a esse costume de partir o pão no primeiro dia da semana).
4. As devoções e orações dos primitivos cristãos eram sinais distintivos, por semelhante modo. Sem dúvida alguma muitos deles, tendo sido criados como judeus devotos, não negligenciavam as formas ordinárias de adoração, tanto no templo de Jerusalém como nas sinagogas. O versículo quarenta e seis mostra-nos que o templo continuava sendo reputado local sagrado para aqueles crentes judeus, parte integrante de sua devoção religiosa. Na proporção em que as perseguições se intensificaram, entretanto, gradualmente os crentes judeus se foram separando dos métodos e costumes judaicos, e as suas congregações se tomaram o centro de suas atividades religiosas diárias. As congregações mais primitivas dos cristãos eram organizadas nos lares dos próprios crentes; depois, porém, foram construídos templos especialmente dedicados ao culto, em substituição ao templo judaico. Naturalmente, no caso das comunidades cristãs gentílicas, até mesmo aquelas que se encontravam em terras da Palestina, o rompimento com o judaísmo fora quase completo já desde o começo do cristianismo. Pela altura do fim do livro de Atos (isto é, dos acontecimentos ali narrados), em cerca do ano 60 d.C., tal rompimento já deveria estar quase completo, no tocante a todo o movimento cristão, e certamente isso se concretizou de vez, após a destruição da cidade de Jerusalém, no ano 70 d.C.
Desse modo, esta pequena secção mostra-nos que o cristianismo é mais do que mera adição ao judaísmo antigo, na forma de algumas doutrinas adicionais. Pelo contrário, é um meio de vida, em que os primitivos cristãos se mostravam extremamente —intensos e devotos, ocupando-se daquela devoção estrita que sempre caracterizou o judaísmo.

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