sexta-feira, 22 de julho de 2016

Subsídios leitura diária EBD -Quinta feira 21/07/16

ATOS 21:8: Partindo no dia seguinte, fomos a Cesaréia; e entrando em casa de Filipe, 0 evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
 Nas páginas do N.T. aparecem duas cidades chamadas Cesaréia, as quais são freqüentemente mencionadas, isto é, Cesaréia da Palestina e Cesaréia de Filipe. A cidade aqui em pauta é Cesaréia da Palestina.
«...Filipe, o evangelista...»  Na igreja cristã, os evangelistas passaram a fazer parte de uma ordem distinta do ministério. Mas é bem provável que, em seu uso original (conforme aparece no presente texto), esse título meramente descrevia a natureza do trabalho cristão de certos homens, que eram especialmente dotados para o mister do evangelismo, e que eram reconhecidos como tal. A passagem de Efé. 4:11, estipula: «E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres». O sétimo versículo desse mesmo capítulo fala sobre os «dons» que são dados para serem exercidos no seio da igreja. Os indivíduos espiritualmente dotados, por sua vez, tornam-se dons ou presentes do Senhor a cada congregação, visando um propósito específico. Por conseguinte, o evangelista é um oficial cristão tão distinto como o pastor e mestre, tendo sido especialmente preparado, pelo Espírito do Senhor, para conduzir outros homens aos pés de Cristo, iniciando novas igrejas e fazendo trabalho pioneiro em novas áreas, onde o cristianismo ainda não fora estabelecido. Naturalmente muitos crentes antigos, a exemplo de Paulo, exerciam mais de um dom espiritual e mais de um ministério cristão, podendo cumprir mais de uma função ao mesmo tempo, incorporando em suas próprias personalidades a capacidade de funcionar em mais de uma atividade espiritual na igreja. Paulo era apóstolo e evangelista, e, ocasionalmente, agia também como pastor local.
O próprio título evangelista, significa alguém que «anuncia as boas-novas». A forma verbal desse substantivo tem uma alta aplicação, sendo usada para indicar a pessoa de Deus (ver Gál. 3:8), do Senhor Jesus Cristo (ver Luc. 20:1), e dos apóstolos e membros ordinários da igreja cristã (ver Atos 8:4). O substantivo, utilizado para designar indivíduos dedicados ao evangelismo, é empregado apenas por três vezes, em todo ο N.T., a saber: 
1. em Atos 21:8, acerca de Filipe; 
2. em Efé. 4:11, acerca do ministério do evangelismo e daqueles que o usam, e; 
3. em II Tim. 4:5, onde Paulo encoraja Timóteo a fazer o melhor uso possível de seus dons e chamadas espirituais, incluindo a obra de um evangelista.
Embora o termo evangelista não tenha sido atribuído a Estêvão, que foi outro dos «sete», certamente ele foi um grande exemplo de alguém que possuía o dom do evangelismo. Na qualidade de evangelista, ele não foi enumerado juntamente com os apóstolos (ver Atos 8:14); e uma distinção similar é feita entre Timóteo e os apóstolos, nos trechos de II Cor. 1:1 e Col. 1:1. Assim, pois, todos os apóstolos eram também evangelistas, mas a vasta maioria dos evangelistas não consistia em apóstolos, nem mesmo naquela forma secundária em que o vocábulo «apóstolo» é ocasionalmente utilizado, como no caso de Barnabé, por exemplo. 
Assim sendo, apesar de que todos os crentes, de alguma maneira e em alguma capacidade, possam realizar a obra de um evangelista, existem indivíduos que são especialmente dotados por Deus para esse mister. A maioria dos missionários, no solo pátrio ou no estrangeiro, exerce o mesmo.
Na história eclesiástica de séculos posteriores ao cristianismo, o termo evangelista veio a ser usado para indicar Mateus, Marcos, Lucas e João, como escritores dos quatro evangelhos, que são documentos especialmente escritos como veículos do evangelho de Cristo. Por essa razão é que aqueles que os escreveram têm sido chamados de «anunciadores das boas novas» ou «evangelistas»; mas isso é um uso secundário e extrabíblico do termo.
A permanência em companhia de Filipe pode ter sido a ocasião em que Lucas, aproveitando o ensejo, recolheu material para a primeira parte do livro de Atos, destacando-se sobretudo aquelas secções (capítulos sexto a oitavo) que têm a ver com as atividades dos «sete» diáconos originais. Lucas contou com extraordinárias vantagens ao escrever a sua narrativa histórica, porquanto a maioria das pessoas, acerca de quem ele escreveu, ainda vivia, e ele pôde fazer indagações em primeira mão sobre os acontecimentos. Então, a começar pelo décimo sexto capítulo do livro de Atos, o próprio Lucas passou a ser testemunha ocular de muito que ele registrou. 

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