terça-feira, 2 de agosto de 2016

Subsídio leitura diária - EBD - Segunda feira




«...uma mulher da cidade, pecadora...» A cidade não é identificada, e se têm feito muitas conjecturas a respeito. Alguns têm pensado em Jerusalém, porém, é mais provável que Lucas tivesse Cafarnaum em mente.        
A palavra «pecadora», neste caso, é o termo comum, que indica alguém entregue ao pecado, praticante do pecado ou de algum vício, palavra essa que pode ser do gênero masculino ou feminino. Mui provavelmente, o sentido aqui tencionado é que a mulher era uma prostituta. 
Pela história, ficamos sabendo que uma refeição particular, na Palestina, podia assumir a aparência de um entretenimento público, não sendo extraordinário a presença de hóspedes não convidados. Assim sendo, os hóspedes não convidados podiam movimentar-se em torno da mesa do banquete, e isso não excitaria qualquer comentário e nem era julgado como algo incomum. (Ver Luc. 14:2 e Marc. 2:16). Pela passagem de Luc. 8:3 sabemos que Maria Madalena fora possuída por demônios, tendo recebido a ministração especial de Jesus; e nesse trecho ela parece ser apresentada como uma nova personagem, na narrativa dos evangelhos. Isso contribuiria contra a sua identificação com a mulher deste capítulo. Não obstante, a possessão demoníaca seria coerente com a prostituição, porquanto a possessão demoníaca anula ou, pelo menos, enfraquece grandemente, a natureza moral do indivíduo, e lhe destrói a vontade pessoal. Podemos afirmar que nada de sólido (quanto à identificação dessa mulher) pode ser deduzido em um sentido ou em outro, do fato que Maria Madalena fora possuída por demônios. Não há motivo algum em pensarmos que a declaração que lemos neste capítulo: «Perdoados são os teus pecados» (vs. 48), tenha qualquer coisa a ver com o exorcismo. É óbvio que a conduta dessa mulher, na casa do fariseu, foi muito diferente da usual atividade frenética dos possessos; portanto, se essa mulher era Maria Madalena, isso significaria que os demônios já haviam sido expulsos dela em ocasião anterior. 

Outras identificações têm sido feitas. Vinculando essa narrativa com a de João 12:1-8, essa mulher tem sido identificada com Maria de Betânia. Essa Maria era irmã de Marta e Lázaro. Alguns têm chegado ao extremo de fazer mais uma identificação com Maria Madalena, pensando que a prostituta desta passagem fosse Maria, irmã de Marta, e que ela também seria conhecida pelo nome de Maria Madalena. Mas essas conjecturas não têm fundamento, repousando em opiniões arbitrárias. Parece difícil crer que a Maria que escolheu a melhor parte (segundo a descrição de Lucas acerca de sua adoração e espírito devoto, em 10:42), pudesse, tão pouco tempo antes, ter sido a prostituta descrita neste capítulo.
Parece melhor pensarmos que a mulher deste capítulo simplesmente foi poupada de ser identificada. Provavelmente ela era uma das muitas outras, no dizer de Luc. 8:3, que agiam como discípulas especiais de Jesus; e a ausência da identidade dessa mulher, que deve ter sido uma bem conhecida palmilhadora de ruas, em tempos anteriores, foi um sinal de simpatia e consideração, por parte de Lucas. 


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