segunda-feira, 11 de julho de 2016

Subsídios leitura diária EBD - Segunda Feira.



 - Ide portanto, fazei discípulos...
Algumas traduções dizem -ensinai todas as nações-, Porém*fazei discípulos* é tradução melhor, embora em Mat. 13:52 Seja usada essa expressão com o sentido de -instruir-, O fazer discípulos envolve, em primeiro lugar, a necessidade do evangelismo ou da pregação do evangelho; mas também subentende um exercício de treinamento e orientação, de forma que esses discípulos sejam melhor firmados e instruídos na plenitude da mensagem das Escrituras Sagradas. A palavra «portanto*, provavelmente é uma glosa (porque não consta nos manuscritos). A glosa é excelente, conforme a maioria dos intérpretes concorda prontamente, porque mostra que essa ação de fazer discípulos dentre todas as nações repousa na autoridade universal de Cristo. Por conseguinte, sem importar o que aconteça, algum sucesso está garantido; e o que parece ser fracasso, em realidade não pode sê-lo. Se tragédias acontecerem, se mártires surgirem, se um tratamento vergonhoso for dado aos pregadores, se desumanidades forem perpetradas contra os discípulos, devemos saber que tudo será por causa de Jesus, e que a vitória e o sucesso final estão plenamente assegurados. Se males forem cometidos contra os discípulos de Cristo, o que parece não ter remédio, todavia Deus curará a tudo. porque em Cristo está toda a autoridade, não somente neste mundo, mas também no céu. E assim sendo, dessa promessa flui um rio de paz e de segurança. Da mesma maneira como a horrenda crucificação de Jesus foi prontamente sarada, final e completamente, pela ressurreição, assim também todos os recuos e derrotas dos verdadeiros discípulos serão saradas, porquanto a autoridade de Jesus Cristo garante isso.

• ...de todas as nações ... • 
Todas as limitações fronteiriças são aqui removidas, como também se verifica em Mat. 10.5. Assim foi estabelecida a universalidade da comissão apostólica. A questão sobre como os discípulos haveriam de receber e de incorporar-se na igreja, ainda não fora respondida; e ainda não haviam sido feitas as revelações, dadas a Paulo, que identificam a igreja como organismo quase totalmente gentílico, uma noiva gentílica, e também aquelas outras que falam da alta chamada dessa igreja, que será transformada completamente segundo a imagem de Cristo. Todas essas coisas haveriam de ser esclarecidas mais tarde e podemos ler acerca delas em trechos como Rom.8; Efé. 1; Col. 1; Heb. 5. O desenvolvimento dessa semente é deixado nas mãos do Espirito Santo, através do ministério dos apóstolos. Todas as nações certamente incluiria os judeus; mas a mensagem não teria mais alcance provinciano. Um dos principais temas deste evangelho de Mateus é o de demonstrar a universalidade da mensagem Cristo; e este é o trecho central desse tema. Assim sendo, encontramos nesta
passagem a grande *Magna Carta* do empreendimento missionário do cristianismo.

...ensinando-os a guardar todas as coisas...*. Devemos observar que nosso ensino precisa incluir os ensinamentos morais e éticos do Senhor Jesus, além de quaisquer outros ensinamentos que formam o corpo de doutrinas que ele nos deixou. Aqueles que rejeitam o evangelho de Mateus e os demais evangelhos, como material de ensino para a igreja - e que assim negam essencialmente que se tratam de documentos cristãos-, fariam bem em notar que Jesus recomendou os mesmos como material de ensino. É patente que a expressão • todas as coisas que vos lenho ordenado se refere aos ensinamentos de Cristo, encontrados tanto neste evangelho como nos demais documentos que a igreja primitiva tinha a sua disposição, e que continham os ensinamentos particulares de Jesus. Por conseguinte, vemos que não podemos rejeitar a esses documentos, e nem podemos dizer
que não têm qualquer aplicação à igreja. O que foi escrito nos evangelhos serve de expressão do que Jesus ensinou. As citações sobre suas declarações, nas epístolas, são extremamente raras. Se quisermos saber em que Jesus cria e o que ensinou, teremos de examinar os evangelhos. Sem dúvida é importante sabermos o que ele ensinou e no que cria, e é obrigatório aos crentes compartilharem de seus pontos de vista, baseando suas vidas sobre as implicações desses ensinos. Jesus ordenou que ensinássemos a outros aquilo que ele nos ensinou. «Ensinar é um termo que reflete o traço ético
sutil deste evangelho: a vida no reino não consiste de mera comoção, mas consiste de compreensão na justiça. Contudo, vai além da ética: é vida e é alegria* (Buttrick. úi loc.).
O particípio presente que vemos nesse mandamento ensinando... pode implicar que é um processo continuo, e não algo feito apenas como preparação para o batismo, e sim, uma apresentação planejada e organizada da verdade, conforme a temos recebido de Cristo. Esse ensino não tem meramente como alvo a aquisição de conhecimentos, mas também visa o treinamento da conduta. Sabemos como devemos agir. Cremos naquilo em que nos podemos tornar e ser transformados. Por conseguinte, podemos asseverar que o alvo da instrução cristã não é meramente o de corrigir opiniões ou a ortodoxia, mas é corrigir a vida e desenvolver-se na vida Cristã.
CRISTO e seus apóstolos não criaram um conceito dualista do cristianismo, um para as crenças e outro aspecto para a prática diária. A crença é o alicerce da prática, e a prática é a prova da fé. Aquelas igrejas evangélicas que frisam exclusivamente a evangelização e que pensam que apenas isso foi indicado na Grande Comissão, fariam bem em reexaminar este versículo. Pois não existe evangelismo que não possa e não deva ser seguido pela instrução. Fazem partes iguais da Grande Comissão. As igrejas que não negam isso em sua doutrina, mas cuja prática é unilateral, deveriam reexaminar estes versículos. Disse Alford (in /w.): «..esse ensino é nada menos do que a edificação do homem inteiro, na obediência a Cristo...não meramente a proclamação do evangelho, mas também todo o oficio de doutrinação, ensinamentos da igreja, que envolve todas os batizados». *Os cristãos têm percebido mui lentamente o fato do pleno valor daquilo que atualmente chamamos de educação religiosa. O trabalho de ensino pertence ao lar, á igreja ( sermão, Escola Dominical, trabalho entre a juventude, reuniões de oração, classes de estudo, classes missionárias). Mas ensinar faz parte, e parte importante, do trabalho entregue aos crentes- (Robertson. in loc ).





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